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Protocolado PL que institui o ‘Dia Nacional da Doceira’

Foto do escritor: Lucian BrumLucian Brum

Para valorizar o trabalho de quem mantém viva tradição doceira



Pelotas (RS) é nacionalmente conhecida como a ‘terra do doce’ por conta da tradição que remonta ao ciclo do charque. Navios carregados do produto iam até o Nordeste e, em troca, traziam o açúcar para a cidade. No início do século XIX, os portugueses que residiam em Pelotas utilizavam o açúcar para a produção de doces como camafeus, bem−casados, fios−de−ovos, papos−de−anjo, ninhos e os pasteis de Santa Clara, que eram oferecidos nas festas e saraus nos imponentes casarões.


Ao longo de quase dois séculos os doces de Pelotas são a fonte de renda para milhares de famílias. Pela sua importância histórica, a tradição doceira da cidade se tornou Patrimônio Cultural material e imaterial do Brasil, título concedido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Em 2020, a Festa Nacional do Doce (Fenadoce), considerada Patrimônio Histórico e Cultural do Rio Grande do Sul, chega a sua 28º edição. Devido à pandemia do novo coronavírus, a festa mais doce do Brasil foi adiada para o segundo semestre de 2020, ainda sem data definida. Além disso, os doces que seguem fiéis às tradicionais receitas recebem um selo com a Indicação de Procedência (IP), em que mais de 3,132 milhões já foram comercializados, de acordo com a Associação dos Produtores de Doce de Pelotas, que conta com 17 empresas da cidade.


Para valorizar o trabalho de quem mantém viva tradição doceira de Pelotas, o deputado federal Daniel Trzeciak (PSDB), enquanto vereador, em 2018, foi autor autor do projeto que deu origem à Lei Municipal nº 6.582, que instituiu seis de junho como o ‘Dia da Doceira’. A data passou a integrar o calendário oficial de eventos de Pelotas.


Por conta da Covid-19 que transformou o cenário econômico e a vida das pessoas no mundo todo, a comemoração do segundo ano do Dia da Doceira será diferente. De 8 até 13 de junho, os tradicionais doces com selo IP serão comercializados em um espaço temporário montado na futura ‘Rua do Doce’, localizada na rua 7 de Setembro, entre Andrade Neves e General Osório, próxima ao chafariz ‘As Três Meninas’. Dez doceiras que fazem parte da Associação dos Produtores de Doce de Pelotas irão atender em forma de revezamento, durante horário comercial até o próximo sábado, dia 13.


O projeto da Rua do Doce contempla espaços para as doceiras, banheiros e área de convivência. A abertura das propostas das empresas interessadas na execução desse projeto está marcada para o próximo dia 19.


Para Trzeciak, o reconhecimento do trabalho das doceiras da região deve ser ampliado a todas do país. Por isso, protocolou na Câmara dos Deputados o projeto de lei nº 6328/2019 – ainda em tramitação –, que institui, igualmente, seis de junho como o ‘'Dia Nacional da Doceira'. “A data é uma forma não só de valorizar o que é feito em Pelotas e região, mas em todo o Brasil, pelas mãos de quem se dedica a levar a sua cultura regional para outras pessoas”, completou.




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